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Virgínia Paraizo, nova Chief Nursing Officer da Rede Americas

Feliz, casada, mãe de um filho publicitário, de uma filha arquiteta e uma grande apaixonada pelo cuidado. Essa é Virgínia Paraizo, nova Chief Nursing Officer da Rede Americas, grupo médico-hospitalar que integra o UnitedHealth Group Brasil. “Sempre quis ser enfermeira, sou apaixonada pela enfermagem e pelo cuidado – a essência da minha profissão”, relata a executiva com mais de 30 anos de carreira.
 
Formada pela UNIFESP, Virginia teve uma carreira assistencial intensa - grande parte dedicada a pacientes nefrológicos em terapias renais substitutivas - cuidando de pacientes graves, em terapia intensiva e unidades semicríticas. Enfermeira de formação, acredita na força do trabalho multiprofissional, entendendo que a coordenação do cuidado acontece por profissionais de diferentes expertises. A executiva reforça ainda que viver a assistência à beira leito - acompanhando os pacientes e seus familiares nos momentos de dor, mas também de alegria - lhe deixou mais preparada para a gestão deste grande grupo.
 
Avançou na carreira em gestão com pós-graduação em Administração Hospitalar, em Gerenciamento de Enfermagem e um MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Hoje, ocupa a posição de diretora executiva de práticas assistenciais, liderando os profissionais não médicos do Americas, que trabalham alinhados a um único propósito: cuidar com qualidade e segurança, mitigando os riscos e desperdícios assistenciais com base em padrões e protocolos recomendados pela ciência, sem deixar de lado o cuidado individualizado, centrado na pessoa, com o objetivo de garantir melhores desfechos clínicos e melhor experiência aos pacientes e provedores do cuidado.
 
Nesta entrevista, a executiva fala sobre seus maiores desafios no novo cargo, o papel da enfermagem na entrega do cuidado, os principais aprendizados dos mais de 12 meses de pandemia e dá algumas dicas para os jovens que pretendem seguir a carreira de enfermagem.
 
 
Qual o seu maior desafio hoje como Chief Nursing Officer?
 
Meu maior desafio, alinhado ao propósito do Americas, é agregar valor pela qualidade – e, quando falamos de qualidade, me refiro à qualidade plena, medida pelos resultados clínicos e pela experiência da pessoa, considerando o custo e a eficiência operacional como denominador desta equação. Por “pessoa” entendemos os pacientes, os provedores do cuidado, os profissionais que estão no back office e demais stakeholders. Do ponto de vista do negócio, precisamos ter nossa organização sustentada e sustentável, precisamos trabalhar na redução dos desperdícios do cuidado e desenvolver processos para mitigar riscos e custos desnecessários.
 
 
Qual o papel da enfermagem na entrega do cuidado para a qualidade do nosso sistema de saúde?
 
O enfermeiro é o gestor do cuidado – o alicerce da profissão é o cuidado, que precisa ser baseado em ciência. A assistência hospitalar começa e termina com o enfermeiro – desde a chegada na emergência, passando por uma eventual admissão em unidade de internação, terapia intensiva, centro cirúrgico ou medicina diagnóstica, até sua alta. Passam ainda pela enfermagem milhões de reais em materiais, medicamentos, bem como outros custos e receitas, uma grande responsabilidade. Além disso, são os enfermeiros que dão suporte aos pacientes à beira do leito – acompanham a dor, o sofrimento e as alegrias, sempre ao seu lado.
 
 
Qual foi o principal aprendizado nesses mais de 12 meses de pandemia?
 
Eu escreveria uma página inteira sobre esse período. A pandemia chegou e não houve muito tempo para se preparar - e, nesse cenário, a enfermagem e toda a linha de frente foram protagonistas. O trabalho da linha de frente foi pautado na qualidade, na segurança assistencial e dos funcionários, com o propósito maior de salvar vidas. Tivemos uma quantidade enorme de processos que precisaram ser realinhados para que, de fato, pudéssemos organizar a nossa assistência e responder a esse momento extremamente desafiador.
 
A linha de frente – enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, fonoaudiólogos, psicólogos dentre outros – enfrentaram a pandemia de maneira muito intensa, com alta competência e compaixão. Tivemos a expansão de leitos – outro grande desafio que demandou contratação de profissionais em praticamente todos os hospitais, aumento do parque tecnológico e controle de materiais e medicamentos críticos para atender a alta demanda. Este conjunto de ações foi fundamental para que nosso propósito de salvar vidas fosse atendido. Trabalhamos com total alinhamento à área de suprimentos, o que implicou em esforços de mitigação dos riscos de ruptura das cadeias de suprimentos, com o objetivo de garantir o abastecimento dos hospitais. Tudo isso trouxe maior sinergia e alinhamento entre o front e o back office, um legado que veio para ficar.
 
Hoje, depois de tanto tempo, o nosso maior desafio é o estresse emocional e o cansaço das equipes, que passaram por todo esse tempo sem uma trégua. Tivemos uma redução do quantitativo de pacientes, mas ainda vivemos a realidade de hospitais muito cheios. Por isso, lançamos programas de cuidado focados na promoção da saúde mental de nossos colaboradores.
 
 
O que você diria à Virgínia Paraizo que acabou de se formar em enfermagem e ainda tem uma carreira inteira pela frente?
 
Eu diria para ela primeiro cuidar da capacitação técnica – estude, aprofunde, performe cada vez mais e melhor para que o seu cuidado seja livre de danos, com protocolo baseado em ciência e focado na pessoa.
 
Desenvolva relacionamentos, porque a assistência é feita por muitos braços – às vezes esses braços estão vestidos de branco, às vezes eles são do back office. E o resultado é de um grande time.
 
Seja íntegra, trabalhe com compaixão, se coloque no lugar do outro para entender aquilo que, de fato, faz sentido para o paciente. Não seja arrogante e entenda que o paciente tem suas vontades e seus desejos. Inove e busque responder aos desafios do hoje com práticas cada vez melhores.
 
Faça tudo com muito amor porque, com amor é possível chegar muito longe. Seja feliz naquilo que faz.
 
 
Gostaria de deixar uma mensagem final?
 
Sim. A enfermagem é uma profissão que passa hoje por um momento muito crítico – existe um déficit de profissionais em todo mundo e tememos pela dificuldade, cada vez maior, de conseguir novos profissionais. A enfermagem não tem atraído tanto os jovens, mas é uma profissão belíssima, pautada no cuidado - e ela precisa de valorização, reconhecimento e empoderamento. A prática do cuidado é de expertise do enfermeiro - é ele que tem a competência do cuidado e ele deve geri-lo com base em ciência. A pandemia deu luz e foco à enfermagem, mas não podemos perder a chance de despertar no jovem o desejo pela área.

 

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