No calendário da saúde, Setembro Verde é o mês de campanhas que estimulam a doação de órgãos e tecidos. A doação de medula óssea é foco de um dia especial (18/09). Transplantes de medula são fundamentais para tratamento de uma série de doenças.
Os transplantes de órgãos e tecidos salvam inúmeras vidas graças à generosidade de doadores e, em muitos casos, de familiares que, em um momento de dor pela perda de um ente querido, têm a grandeza de atender ao chamado da doação. No caso da medula óssea, as doações são realizadas em vida, contribuindo para o tratamento de várias enfermidades que afetam o sangue, cânceres e doenças autoimunes.
O Setembro Verde é um mês dedicado a agradecer e estimular esses gestos que ajudam a salvar vidas. E reserva uma data especial para a doação de medula: o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea. Este ano, ele foi celebrado no dia 18 de setembro e teve como lema a frase “Existem 38 milhões de maneiras de agradecer”, referindo-se aos 38 milhões de doadores inscritos no mundo atualmente.
Para saber mais sobre o assunto, conversamos com a Dra. Maria Fernanda Carvalho de Camargo, responsável pelas linhas de cuidado de Nefrologia e Transplantes do Americas Serviços Médicos. Confira.
Qual a função da medula óssea?
A medula óssea é um tecido gelatinoso (chamado popularmente de “tutano”) localizado no interior no interior dos nossos ossos. Ele contém as chamadas células-tronco hematopoiéticas, que produzem os componentes do nosso sangue: os glóbulos vermelhos (hemácias) e os glóbulos brancos (leucócitos), que são parte do nosso sistema imunológico, e as plaquetas, que fazem o sangue coagular, evitando hemorragias.
Quais são as doenças que afetam a medula?
Diversas enfermidades podem afetar a medula e comprometer sua função, como leucemia aguda, leucemia mieloide crônica e leucemia mielomonocítica crônica; linfomas (um tipo de câncer que afeta o sistema linfático); anemias graves ou congênitas; imunodeficiências (problemas no sistema imunológico); síndromes mielodisplásicas (distúrbios em que células formadoras de sangue anormais se desenvolvem na medula) e várias outras que atingem adultos e crianças. Em alguns casos, o transplante é a única forma de tratamento possível.
Qual a finalidade do transplante?
O transplante substitui a medula doente por outra saudável a fim de corrigir o problema na “fabricação” dos componentes do sangue.
Quais são os tipos de transplante de medula óssea?
A medula do doador precisa ser compatível com a do transplantado, caso contrário será rejeitada. Existem dois tipos de transplante de medula: o autólogo, em que as células-tronco são extraídas do próprio paciente, e o alogênico, quando elas são retiradas da medula de outra pessoa. Muitas vezes, o doador é alguém da família, como irmãos, pais ou filhos. Quando não há um doador compatível na família, busca-se essa compatibilidade entre os doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Hoje, esse banco conta com cerca de 5 milhões de doadores cadastrados.
Com tantos doadores cadastrados porque é importante ter mais?
Em populações muito miscigenadas como temos no Brasil, a variabilidade genética é grande. Quanto mais doadores cadastrados, maior a probabilidade de encontrar algum compatível.
Como é realizado o transplante?
Para receber a medula óssea sadia, é preciso eliminar antes toda a medula doente do paciente por meio de radioterapia ou quimioterapia. A introdução da nova medula ocorre por uma transfusão semelhante à transfusão de sangue.
Como é retirada a medula do doador?
O método mais comumente usado atualmente é por aférese, uma técnica que lembra a diálise. O sangue coletado do doador passa por um equipamento que faz a filtragem e separa as células-tronco a serem transplantadas. O restante é devolvido para o organismo do doador pelo mesmo acesso venoso (pela veia). Existe outra técnica, menos utilizada, em que a extração da medula é feita por meio de uma punção no osso da bacia. Esse processo é mais complexo, exige anestesia (peridural ou geral), é realizado em centro cirúrgico e o doador fica internado por um período de 24 ou 48 horas.
Podem ser retirados 10 mililitros por quilo (ml/kg) do sangue da medula do doador, nunca ultrapassando 15ml/kg. Uma pessoa com 60 quilos, por exemplo, pode doar até 900 mililitros. Como as células-tronco da medula se recuperam rapidamente, em cerca de 15 dias o organismo estará recuperado.
Quem pode doar?
Para ser doador é preciso: ter entre 18 e 35 anos de idade, estar em bom estado de saúde, não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite) e não ter histórico familiar de câncer, doença hematológica (doenças do sangue) ou doenças autoimunes (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide). Também é importante não ter feito tatuagem, colocado piercing ou realizado tratamento de acupuntura ou mesoterapia nos últimos quatro meses.
Como se cadastrar como doador?
O cadastro de doador pode ser feito nos hemocentros de todo o país, com apresentação de documento pessoal, preenchimento de um formulário e coleta de 5 ml de sangue para testes de identificação das características genéticas. A lista de hemocentros está no site do REDOME (http://redome.inca.gov.br/doador/hemocentros/).
O Americas preparou um filme para explicar e estimular a doação de medula óssea. Confira, acessando https://www.instagram.com/p/CT9gKuyg94z/
Transplante de Medula Óssea no Americas
O Americas Serviços Médicos tem vários hospitais habilitados para a realização do transplante de medula óssea, com equipes especializadas no procedimento tanto em adultos como em crianças:
São Paulo
- Hospital Samaritano Higienópolis
- Hospital Paulistano
Rio de Janeiro
- Hospital Samaritano Botafogo
- Hospital Vitória
Pernambuco
- Hospital Santa Joana Recife
Ceará
- Hospital Monte Klinikum
Além de transplante de medula óssea, o Americas realiza vários outros tipos de transplantes: rins, coração, fígado, pâncreas, córnea, tecido ósseo e pulmão.
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