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Qualidade de vida com Parkinson, sim!

04/04/2018 - 3 minutos de leitura

Com tratamento adequado e pequenas adaptações na rotina, muitos pacientes consegue viver bem e exercer suas atividades normalmente — inclusive as profissionais

Um diagnóstico de doença de Parkinson ainda costuma vir carregado de tristeza e constrangimento, levando alguns pacientes à omitir o problema da família e de amigos. Muito disso é fruto de desconhecimento, da crença de que a doença é sinônimo de isolamento e incapacidade.

É hora de mudar essas convicções, já que a ciência evoluiu ao ponto de permitir que os sintomas sejam controlados, prolongando as oportunidades de conviver socialmente, manter a independência e continuar produtivo.

“Em média, a doença de Parkinson começa a se manifestar por volta dos 60 anos de idade, e tende a apresentar uma evolução lenta, desde que o tratamento seja introduzido o mais precocemente possível”, contextualiza o Dr. Rubens Cury, neurologista do Hospital Samaritano Higienópolis, em São Paulo. Isso significa que, no estágio inicial, a pessoa continua apta a dirigir, andar, escrever, digitar, alimentar-se, vestir-se e fazer sua higiene pessoal.

Na prática do dia a dia
Para conhecer a realidade dos pacientes, é preciso entender que existem três sintomas clássicos: tremor de repouso (que ocorre principalmente nas mãos); rigidez (geralmente, nos braços, nas pernas e no pescoço); e lentidão dos movimentos. “Os dois últimos são comuns a todos os indivíduos com a doença, já o tremor afeta cerca de 70% deles”, explica o Dr. Cury.

Então, amigos e familiares devem estar cientes de que é natural que essas pessoas reduzam o ritmo de suas atividades, como se levantar de uma cadeira, pegar um objeto ou fazer uma refeição. Paciência e compreensão são, portanto, parte do cuidado.

O tremor, embora, geralmente, não comprometa a funcionalidade, pode levar ao isolamento social, já que o paciente teme o julgamento de outras pessoas e acaba evitando lugares públicos. Como consequência, podem surgir a depressão e a ansiedade, o que requer auxílio de um psicoterapia.

Quem acompanha o paciente é o neurologista. E, se ele julgar necessário, pode encaminhá-lo a outros profissionais, como o fisioterapeuta, por exemplo, que trabalha as funções de marcha (caminhada) e equilíbrio.

O médico também é encarregado de fazer avaliações periódicas, orientando sobre as tarefas que a pessoa tem ou não condições de realizar, como dirigir ou trabalhar em determinada função. Via de regra, a capacidade cognitiva tende a permanecer, por muito tempo, preservada.

No entanto, um dos principais papeis do especialista é o de monitorar o uso de medicamentos, que deve ser seguido à risca. “Caso contrário, o Parkinson pode ter uma evolução desfavorável, levando a um comprometimento significativo da funcionalidade em alguns anos”, avisa Cury.

Ele destaca, ainda, que existe uma opção de tratamento cirúrgico, a estimulação cerebral profunda, e que, dependendo das características da doença, ela pode trazer resultados bastante positivos. (Leia mais sobre o tratamento, aqui).

O paciente também precisa fazer a sua parte. Isso inclui dormir bem e praticar atividade física, em intensidade moderada, durante meia hora — pelo menos, três vezes por semana.

Pode ser caminhada, natação ou ciclismo, por exemplo. Antes, porém, é necessário o aval de um cardiologista. “Há estudos recentes que associam a prática de exercícios à uma possível neuroproteção, sugerindo que eles ajudem até a retardar a evolução do Parkinson”, justifica o médico.

Com essas orientações em mente, as perspectivas de uma vida longa e saudável são bem grandes. Lembre-se disso e procure lidar com o Parkinson de uma forma mais otimista e resiliente — tratando-se da sua própria família ou de qualquer pessoa com quem conviva socialmente.

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