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Dor de coluna: tratamentos não cirúrgicos

A grande maioria dos pacientes pode ser tratada com medicações, fisioterapia e infiltrações. Mais recentemente, a cannabis medicinal despontou como opção para alguns casos.

Cerca de 90% dos pacientes não precisam de intervenções cirúrgicas para tratar a dor na coluna, segunda causa de afastamento de trabalho no Brasil. Eles têm à disposição vários métodos que aliviam as dores e lhes devolvem a vida ativa, incluindo medicamentos, fisioterapia e outras estratégias de reabilitação conservadora.

“Caso esse leque de tratamentos não seja eficaz, existem ainda os bloqueios anestésicos e analgésicos a partir das infiltrações de coluna guiadas por intensificadores de imagem que podem ser feitas em centros cirúrgicos ou até em ambientes ambulatoriais com auxílio de ultrassom”, conta o Dr. Sílvio Carlos Ferreira, especialista no tratamento de problemas da coluna.

Mas, contrariando o senso comum, as infiltrações não se esgotam no ato de aplicar medicações diretamente nos nervos da coluna vertebral. Para que sejam completas, é necessário fazer uma limpeza no entorno dos gânglios da raiz dorsal afetados, estruturas responsáveis por informar o cérebro sobre o tipo de sensação que ele deve interpretar, e promover uma espécie de reset desses gânglios para evitar que continuem a emitir inercialmente sinais de dor quando eles nem mais existem.

“É a realização dessas etapas que garante resultados eficazes e duradouros das infiltrações”, pontua o Dr. Sílvio. Ele lembra que todo tratamento de dor na coluna, seja por meio de medicações, fisioterapia, infiltrações e até cirurgia, é feito para dar condições ao paciente de fazer condicionamento físico. “Sem o condicionamento físico ideal para a coluna de cada paciente, as dores podem voltar”, adverte.

Cannnabis medicinal

Para pacientes específicos que não conseguem o controle da dor com os recursos acima, pesquisas têm demonstrado a eficácia do uso da cannabis medicinal. No Brasil, só está liberada a versão oral. Em países como o Canadá já é possível fazer uso via inalatória (spray).

“Tenho uma paciente que já vez várias cirurgias e continuou tendo dores, mesmo tomando vários comprimidos por dia. É para esse tipo de caso que a cannabis medicinal é uma alternativa”, ressalta o Dr. Sílvio, destacando que sua administração precisa levar rigorosamente em conta fatores como dosagem adequada, perfil do paciente, se é cannabis isolada ou não e eventual porcentagem de THC. “Trata-se de uma indicação cientificamente controlada”, frisa.

O objetivo da cannabis medicinal é tentar reduzir o arsenal terapêutico que um paciente utiliza. “100% dos pacientes que fazem uso dessa medicação dizem que a dor ainda é presente, mas ela deixa de ser o ponto principal de incômodo no seu dia a dia. Ou seja, quando todas as opções de tratamento anteriores falham, agora temos mais uma alternativa”, enfatiza o Dr. Sílvio.

Ele chama atenção ainda para outro ponto problemático relacionado ao assunto: o estigma que paira sobre a cannabis medicinal, que pode e deve ser esclarecido a partir de informações técnicas de qualidade. “A comunidade médica precisa saber mais sobre esse tema, pois existe hoje uma produção acadêmica muito séria e avançada sobre o assunto”, encerra.

 

Alvorada Moema
INS Noticia interna
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