O mal, que afeta 15 milhões de brasileiros, pode estar associado a diversos fatores, entre eles disfunções hormonais, estresse crônico e histórico familiar. Saiba mais sobre esse problema que impacta a qualidade de vida e pode até levar ao suicídio.
Muitas vezes confundida com tristeza ou desânimo, a depressão não é um simples estado de espírito ou condição emocional que pode ser revertida por força de vontade. Depressão é uma doença psiquiátrica crônica multifatorial, que precisa ser corretamente diagnosticada e tratada. Ela traz sofrimento e afeta drasticamente a qualidade de vida das pessoas, muitas vezes minando relacionamentos, carreiras e o próprio cuidado com a saúde. Nos casos mais graves, pode levar ao suicídio. Por isso, é um tema em foco no Setembro Amarelo, mês da campanha dedicada à prevenção do suicídio.
Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, cerca de 15 milhões de pessoas no Brasil sofrem de depressão, o que equivale a 6% da população.
A boa notícia é que é possível mudar essa realidade. O primeiro passo é diferenciar a depressão dos estados de tristeza, que podem estar relacionados a processos de luto, rompimentos afetivos ou dificuldades financeiras. “Enquanto a tristeza é pontual e vinculada a acontecimentos concretos, a depressão, que às vezes parece um vazio inominável, se prolonga sem depender de motivos aparentes”, explica Bruna Souza Montanari, psicóloga do Hospital e Maternidade Madre Theodora.
Diagnóstico e tratamento
Quem pode estabelecer o diagnóstico seguro da depressão são os psiquiatras e psicólogos. Por meio de investigações clínicas, eles também podem definir a melhor estratégia de tratamento, levando em conta que a depressão está relacionada a fatores bioquímicos que se cruzam com fatores psicossociais, funcionando como gatilhos para a doença.
Os principais sintomas são: sensação de desesperança, baixa autoestima, isolamento social, perda de prazer em atividades que antes eram percebidas como satisfatórias, insônia ou sonolência, e alterações no apetite, seja a falta de vontade de comer ou o consumo compulsivo de alimentos.
O tratamento, que deve se conduzindo em parceria por psiquiatra e psicólogo, é medicamentoso (psicofármacos) e psicoterapêutico. Considerando sempre a gravidade dos quadros depressivos, a meta é que o paciente reconquiste a qualidade de vida sequestrada pela doença.
A química da depressão
No que diz respeito aos aspectos bioquímicos, a depressão pode estar associada à produção desbalanceada de dois neurotransmissores fundamentais para o processo de comunicação entre os neurônios em nosso cérebro: a serotonina e a noradrenalina. Esse problema, por sua vez, pode estar relacionado com outros fatores, como as disfunções hormonais.
“Nosso organismo é controlado por dezenas de hormônios, cada um agindo em diferentes locais do corpo. Eles são produzidos por glândulas, como a tireoide, adrenal, testículos, ovários, hipófise, dentre outras. Quando são produzidos a menos ou em excesso, podem influenciar os quadros depressivos”, explica o Dr. Octávio de Oliveira Santos Neto, endocrinologista do Madre Theodora. “A razão disso é que alguns hormônios dificultam diretamente a comunicação neuronal, enquanto outros interferem na ação da serotonina, que é um neurotransmissor relacionado à sensação de bem-estar”, acrescenta. No entanto, o especialista destaca: nem todos os pacientes com depressão têm distúrbio hormonal e nem todos os pacientes com algum distúrbio endocrinológico desenvolverão depressão.
Os principais desequilíbrios hormonais relacionadas com a depressão são:
- Hipotireoidismo, que é a deficiência na produção do hormônio da tireoide T4. Os sintomas clássicos são sonolência, indisposição, queda de cabelo, fraqueza, dificuldade de concentração e memória, constipação intestinal e irregularidade menstrual.
- Deficiência ou excesso de produção de cortisol. A deficiência é caracterizada por quadros de cansaço, indisposição, fraqueza, tontura e queda de pressão. No excesso, ocorre ganho de peso, maior concentração de gordura no abdome, aumento de pelos, aparecimento de estrias, fragilidade dos vasos superficiais da pele e descontrole de pressão e diabetes.
- Deficiência de estrogênio, comum na menopausa.
- Uso de métodos contraceptivos com progesterona.
- Falta de testosterona por alguma disfunção nos testículos.
Fatores de risco
Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da depressão estão:
• Histórico familiar (a depressão costuma afetar membros de uma mesma família)
• Traumas emocionais
• Situações de estresse constante ou ansiedade exacerbada
• Disfunções hormonais
• Dependência de álcool e outras drogas
• Doenças crônicas que mudam hábitos e rotinas dos pacientes
• Conflitos conjugais
O que você pode fazer para evitar a depressão?
Não existe uma fórmula cientificamente comprovada para prevenir a depressão, mas diversos estudos demonstraram que algumas mudanças de hábitos e estilo de vida agregam benefícios aos pacientes:
• Prática regular de atividades físicas
• Alimentação equilibrada
• Não abrir mão das férias e reservar alguns momentos do dia para dedicar a atividades prazerosas
• Evitar a autocobrança e respeitar os limites em dar conta de todas as demandas do cotidiano
O que você pode fazer pelos outros?
• A melhor forma de ajudar quem tem depressão é compreender e reconhecer o sofrimento do outro. Isso implica não julgar ou censurar comportamentos de quem sofre com depressão, tomando-os como frutos da vontade individual.
• Trate o assunto sem estigmatizá-lo e incentive quem sofre da doença a procurar ajuda profissional especializada.
• Evite cobranças de mudanças de atitudes ou comparações com os sofrimentos alheios. Isso causa ainda mais sofrimento.
• Falas do tipo “seja forte” não fazem sentido e não surtem efeitos em um paciente com depressão.
Madre Theodora: preparado para cuidar de quem precisa
O Hospital e Maternidade Madre Theodora, caracterizado pelo atendimento integral do paciente, destaca-se como um polo preferencial para o diagnóstico e tratamento da depressão, doença associada a aspectos biológicos, psicológicos e sociais.
Pacientes externos contam com os serviços do ambulatório psiquiátrico, com profissionais preparados para realizar o diagnóstico e conduzir o tratamento. O hospital também dispõe de um ambulatório endocrinológico, no qual a influência de distúrbios hormonais pode ser investigada. Considerando os vários aspectos envolvidos na depressão, faz toda a diferença para o paciente contar com a expertise de diferentes especialistas para a condução das investigações clínicas e execução do tratamento adequado.
O Madre Theodora também oferece suporte psicológico a todos os pacientes internados de média e longa permanência, com profissionais habilitados a identificar quadros depressivos.
Hospital e Maternidade Madre Theodora
R. José Geraldo Cerebino Christófaro, 175 – Parque das Universidades, Campinas (SP)
Telefones: (19) 3756-3000