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Ortopedia contra o tempo

24/01/2018 - 3 minutos de leitura

Diante de lesões mais graves, que exijam uma intervenção cirúrgica, agilidade é a palavra-chave para o sucesso do tratamento e para a segurança do paciente. Entenda as razões

Um corte que afete um tendão ou um nervo. Uma queda que termine em um osso quebrado. Além de serem totalmente inesperados, esses acidentes, geralmente, provocam dor, susto e limitações. Por isso, o rumo natural da vítima é o do pronto-socorro.

Mas, além de uma avaliação imediata, o diagnóstico precisa ser rápido e assertivo, com o devido encaminhamento para o tratamento necessário. Isso não apenas assegura as melhores chances de recuperação dos movimentos, como, às vezes, pode salvar a vida do paciente.“Há casos de fratura de bacia em que há risco de hemorragia, por isso, uma cirurgia deve ser realizada em poucas horas”, exemplifica o Dr. João Carlos Belloti, ortopedista e traumatologista do Hospital Alvorada, em São Paulo.

Mesmo que o perigo não pareça ser iminente, o atraso nos cuidados pode trazer consequências sérias. Para se ter uma ideia, uma pesquisa recentemente publicada no periódico científico JAMA, com mais de 40 mil pessoas, comprovou que adiar uma cirurgia de quadril por 24 horas impacta em uma maior taxa de mortalidade e de complicações, como infarto, trombose, embolia pulmonar e pneumonia.

“Os idosos são o grupo mais sensível. Quanto mais tempo permanecem deitados, sem se movimentar, maior a probabilidade de acumularem secreções no sistema respiratório, desenvolvendo problemas como a pneumonia”, esclarece o médico. “A imobilidade também favorece a formação de coágulos nas pernas, caracterizando a trombose. E, se um desses trombos se desloca para o pulmão, desencadeia a embolia”, complementa.

Por fim, não podemos nos esquecer das sequelas ortopédicas, em si. Segundo o Dr. Belloti, logo após uma lesão, há a oportunidade de se realizar um procedimento reparador. Mas, passado algum tempo — que varia de uma estrutura para outra — ocorre um processo natural de cicatrização. Isso dificulta o tratamento e exige procedimentos mais complexos, de reconstrução. Obviamente, os resultados de uma cirurgia precoce tendem a ser melhores.

Veja, a seguir, o que acontece com cada estrutura locomotora, após uma lesão, e saiba qual o prazo ideal para tratá-la:

Nervos e tendões: quando é preciso recorrer à cirurgia, o melhor é agendá-la para, no máximo, duas ou três semanas após o acidente. Depois disso, os nervos passam a apresentar um espessamento, chamado neuroma, que dificulta o procedimento. Já os tendões tendem a enfrentar um processo de retração. 
Ligamentos: o prazo para operar vai depender de sua localização. No caso dos joelhos, por exemplo, dá para esperar até um ou dois meses. Mas, há situações que exigem cirurgia em até duas semanas. Via de regra, o problema deve ser avaliado imediatamente, para que o médico determine a melhor conduta.

Ossos e articulações: é claro que existe uma série de variáveis a ser levada em conta para definir a estratégia terapêutica. Mas, pense que a resposta do organismo à fratura é a formação de massa óssea, a fim de consolidar o local prejudicado. Daí que, passada uma média de 10 ou 15 dias, fica mais difícil corrigir a posição do tecido. Por isso, na maioria das vezes, é aconselhável agir nesse intervalo.

Seja qual for o caso, o mais prudente é sempre procurar um centro de referência em ortopedia — de preferência, na subespecialidade de que você precisa: ombro, joelho, quadril, mão… Aí, é só confiar na avaliação do médico e seguir, à risca, a recomendação dele, para voltar à ativa o quanto antes!

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